domingo, 8 de março de 2009

Quarta-feira de cinzas

Nada tão emocionante, nem nada tão inebriante. Era ele. Era belo! Meu Deus, e como era belo! Um gato acossado terno e mau. Era assim. Falava com voz de cantor de rock antigo. Vestia roupas justas demais pra os seus ossos. Sorria como menino. Isso gritava aos meus seios: "-Não durma fora de casa essa noite garota!" Eu ouvi, fui cedinho, antes de criar a saudade, antes de matar a vontade... Deixei pequeno mais uma vez e tratei de esquecer.
Era feio. Meu Deus! E como era feio! Fingidas horas de necessidade carnal, aventura errada. Carnaval enfeitiçado. Pega um táxi! Cada casa passava escondida, os prédios vendados e toda a desculpa do dia seguinte pronta em uma hora de reflexão. Perdoa garoto, eu não sei mentir! Uma sala, uma noite pela metade, uma cadeira. Sentar, sentir o corpo misturado, parar. Recobrar fatos, rever trajetórias e fixar lembranças... Nada mais...o gosto guardado o pedido de casamento adiado. O trailer vazio... A farsa sendo dismitificada... a realidade acordando cedo...e "bóra lá". Mais alguém pra esquecer. Vestir a roupa certa, cruzar as perna e ser assim. A cruz da culpa presa às costas... A permissão da juventude cedida e o coração... Que coração? As cruzes já foram distribuídas e com o aviso: Seja feliz! A gargalhada nova mofou entre o meu prazer. O meu querer, a vontade de inventar...  Era perfeito o encaixe... e isso é muito difícil acontecer hoje em dia... Vamos pra cidade com nome de Santo e de Anjo! Eu sei...eu escapo fácil. Perdoa.