sexta-feira, 13 de agosto de 2010

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

De Lufre para Chico


Eu confesso não me acostumei.
Difícil te olhar nos olhos, mas mais difícil é não te saber tão meu.
Sabes o que eu faria contigo agora?
Arrombaria tua carne de uma vez só e sangraria tua pele com meus dentes pra provar que era teu o meu amor gemido.
Sem nenhum pensamento anterior eu esmagaria teu pescoço prendendo entre meus dedos teu pombo de Adão, e te machucaria tanto até te ver me pedir misericórdia. Mas você não pediria, não é mesmo?
Assim eu conseguiria te fazer cair. Cair de joelhos aos meus pés, desesperado pelo ar que te roubei.
Lágrimas jorrariam dos teus olhos, mas palavra nenhuma você desperdiçaria comigo.
Chego a enxergar tua mão enorme vindo na direção do meu rosto. É possível que eu aceite o tapa e me delicie dele ao lembrar teus dedos que se entrelaçavam em meus cabelos quando respiravas fundo em minha nuca. Se me restasse forças, eu estupraria teu corpo com tanta força que te deixaria marcas irreparáveis. Cravaria minhas unhas em teus pelos e imploraria por teu sexo que me falta.
E tu, homem, fraco e vulnerável cairia sobre mim como um bicho e invadiria meu ventre-coxas-coração. Me banharia no teu suor, me pediria mais, e sem hesitar se faria feliz em segundos.
Vejo teus olhos observando minha pele que se arrepia e vejo teu corpo completamente imerso no meu. Eu afundaria meus olhos em teu peito, choraria em mil compassos, imploraria tua presença em meu corpo. Voltaria a te matar. Voltaria a te odiar e a pedir perdão. Gritaria com teus textos e subtextos. Despiria-me em frente ao teu rosto, me jogaria aos teus pés, juraria amor eterno. Esperaria uma oportunidade poética e insatisfeita e voltaria ao teu pescoço. E voltaria a matar você!